Evite o Apocalipse Corporativo: o que os relacionamentos amorosos nos ensinam sobre liderança e feedback
- Fernanda Monteforte

- 16 de mai.
- 2 min de leitura
Você sabia que os mesmos comportamentos que destroem casamentos também podem arruinar equipes inteiras?
O psicólogo John Gottman, referência mundial em estudos sobre relacionamentos, identificou o que chamou de “Quatro Cavaleiros do Apocalipse” — quatro padrões de comunicação que, quando presentes com frequência, sinalizam o fim de uma relação: crítica destrutiva, desprezo, defensividade e obstrução.
Adivinha? Eles também aparecem todos os dias dentro das empresas — e podem minar qualquer tentativa de liderança assertiva, clima saudável ou cultura forte.
A crítica é essencial — mas precisa ser bem-feita
Fazer críticas não é o problema. O problema é como elas são feitas — ou pior: quando são evitadas.
Líderes que reprimem críticas estão tentando proteger o outro, mas acabam prejudicando. O colaborador fica sem saber onde melhorar. E o líder vai acumulando frustração até explodir de forma pouco produtiva (ou passivo-agressiva).
Crítica responsável é aquela que mostra o caminho, sem esmagar quem está tentando aprender. É aliada do desenvolvimento, não da culpa.
Os Quatro Cavaleiros no ambiente corporativo
Vamos dar nome aos bois?
Crítica destrutiva Quando o foco sai do comportamento e ataca a pessoa: “Você é desorganizado” (vs. “Percebi que os relatórios têm chegado com atraso”). Esse tipo de crítica fere, desmotiva e afasta.
Desprezo Ironias, sarcasmos, piadas públicas, olhos revirados. O desprezo é o cavaleiro mais perigoso: ele destrói o respeito, e onde não há respeito, não há colaboração.
Defensividade Aquela resposta automática: “Mas eu fiz isso porque fulano não entregou!” Tanto líderes quanto liderados caem nessa armadilha, interrompendo o diálogo antes dele começar.
Obstrução (ou pedra no caminho) É o famoso “deixa pra lá”. É ignorar o problema, evitar conversas difíceis, congelar o outro. Nada trava mais uma equipe do que esse silêncio hostil e evasivo.
Feedback responsável: o antídoto para o apocalipse corporativo
Gottman descobriu que os primeiros 3 minutos de uma conversa difícil são decisivos. No ambiente de trabalho, isso vale ouro.
Se um líder começa com acusação, desprezo ou julgamento, a conversa já nasce morta. Se começa com respeito, clareza e disposição para escuta, a chance de alinhamento aumenta exponencialmente.
Feedback não é um evento. É uma cultura. É um pacto entre líder e liderado de que haverá espaço para crescimento, correção e confiança.
Liderar é se relacionar
Empresas são feitas de gente. E gente precisa de relação. Por isso, liderar é, antes de tudo, se relacionar bem. É comunicar como quem se importa. Corrigir como quem acredita. E sustentar conversas difíceis com coragem, não com crueldade.
Evitar o apocalipse corporativo não exige fórmulas milagrosas. Mas exige uma liderança mais humana, madura e consciente.
E aí: como andam os cavaleiros aí na sua equipe? E mais importante: como anda você na hora de dar (ou receber) um feedback?







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